terça-feira, 5 de março de 2013

A complexidade e perfeição do coração

O coração, símbolo da vida. O órgão que começa a bater já na terceira semana de vida intrauterina é complexo e exuberante, perfeito, exceto quando não cuidamos bem dele.
O link a seguir leva a um vídeo no youtube feito por mim, em que mensiono e explico resumidamente um pouco do que essa peça anatômica é capaz de fazer. Ideal para quem está cursando bacharelado para ser profissional da saúde, ou mesmo para curiosidade e conhecimento dos demais. Confira:
http://www.youtube.com/watch?v=hLQQLyYuWrU

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Amebíase

             A amebíase é uma doença bastante comum em todo o mundo, no Brasil não é diferente. Em todo o mundo morrem cerca de 100.000 pessoas por ano. É, no entanto, muitas vezes assintomática, dificultado o tratamento e a extinção permanente da doença, já que a contaminação se torna fácil.
            No início do século XX, estima-se que cerca de 12% da população mundial portava esse parasita, mas destes, apenas 10% apresentavam sintomas da doença.
São seres cosmopolitas, ou seja, está nos mais diferentes lugares e países. Parasitas assim, podem sobreviver mesmo fora do corpo humano, em sua forma esporulada, daí as infecções.
            Embora esteja presente em várias parte do mundo, é nos países sub-desenvolvidos que os índices de doentes mais preocupam.  Esgotos a céu aberto são um ótimo depósito para esses micro-seres. Mas não podemos esquecer que estes também podem ser encontrados em cursos de água que recebem efluentes industriais ou mesmo em piscinas.
             Esse parasita tem uma estranha capacidade de movimentação, mostrada no vídeo a seguir, que dá a ela uma facilidade de provocar inconveniências aos seres humanos. Uma destas é a forma com que ele age no intestino, onde fica. Alimentando-se de partículas, fazendo fagocitose, pode aumentar e mutiplicar-se, mas o pior é que ele pode perfurar o intestino e adentrar em órgãos vizinhos, ou mesmo no cérebro, onde os estragos podem ser fatais.
             O bom é que formas simples de cuidado como a higiêne podem ser eficazes no combate a essas infecções.
O vídeo a seguir foi retirado youtube e feito pelo aluno Felipe: http://www.youtube.com/watch?v=zqkoRQqum_E



quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Câncer: a doença do diabo

 
Se a humanidade considera diabólico algo capaz de enganar e destruir o que a natureza levou milhões de anos para construir, ou na visão da religião, o que o próprio Deus com suas mãos elaborou então a comparação se torna pertinente. As mais antigas descrições do câncer datam do século 25 A. C. no Egito. Desde então o ser humano vem mostrando interesse em descobrir uma forma capaz de cessar com essa doença, parte da sua própria história.
Galeno, um influente médico do século 2 D. C. fez mais de 500 cirurgias para retirada de tumores, portanto, tinha autoridade suficiente para falar sobre o assunto quando disse: “o melhor a se fazer em um caso de câncer é... nada”. É claro que naquela época só se vislumbrava a retirada do problema pela raiz como única chance de cura, como se fosse simples assim. Mas também é verdade que mesmo nos dias de hoje a conclusão de Galeno é compartilhada por seus companheiros de profissão.
Durante a evolução as células tiveram que desenvolver mecanismos que as impedissem de ceder a sua demasiada fome de replicação, possibilitando o crescimento organizado dos mais diferenciados tipos celulares em uma perfeita harmonia, a vida complexa. Um dos frutos da mágica evolutiva somos nós seres humanos, agora vítimas de fatores desencadeantes de alterações nos mecanismos naturais que deveriam dar conta de impedir o crescimento celular desenfreado.
Os tumores, de fato, podem prevalecer diante das defesas competentíssimas do organismo, e mais, tira de letra. Imagine o Sistema Imunológico (SI) do organismo, com suas células de defesa como macrófagos, neutrófilos e várias outras, funcionando como um exército com milhões de soldados alertas e dispostos a nos defender. As células geneticamente modificadas tem a capacidade de sucumbir a ação dos defensores, sobressaindo-se diante deles, uma vez que foram originadas de uma única célula antes normal que passou a multiplicar-se sem o controle natural. Resistem, e como se fosse uma vida à parte, lançam mão de artimanhas egoístas do ponto de vista fisiológico que constituem a patologia em si.
A angiogênese é a formação de novos vasos sanguíneos, e o tumor possui a capacidade de estimular essas formações ao seu redor, o que lhe dá condições de manter sua taxa mitótica elevada e alimentar as células cancerígenas que consomem muito mais nutrientes do que as células normais, que morrem cedo em comparação com as do tumor, e também por isso não se multiplicam tanto. Em um contato direto com um dos soldados do SI as células alteradas o matam ou simplesmente não são afetadas. Outra característica bastante infeliz é a capacidade de motilidade (movimento) observada nas células cancerígenas, isso multiplica seu poder de infiltração nos tecidos. Bom seria se o tumor permanecesse apenas como um tumor, mas este tecido pode liberar algumas de suas células para outras partes do corpo, seja por incisão direta (capacidade de um tumor de penetrar e destruir um tecido adjacente), metastásica (ligação a estruturas e locais distantes) ou disseminação hematogênica (veias ou artérias). As células do tumor lançam proteínas em tecidos vizinhos que ordenam que essas células também assumam as mesmas carcterísticas. Isso não soa mesmo como algo divino.
A história da luta contra o câncer prova que o foco sempre foi atacar a massa tecidual resultante da proliferação descontrolada numa medida desesperada, e nunca restabelecer os fatores de controle de crescimento naturais. Um deles é o gene p53, reconhecido como um fator que freia o desenvolvimento celular, um dos frutos da evolução que garante o equilíbrio no desenvolvimento multicelular. E esse gene com alterações, assim como o poder mitótico ampliado e as proteínas mensageiras do tumor são alvos de novas pesquisas de medicamentos, pois remédios mais específicos para esses fatores tem mais chances de obterem um resultado melhor, além de serem mais seletivos e por isso preservarem mais os tecidos normais e consequentemente, o paciente. Um alento para os doentes.
O poder diabólico atribuído ao câncer é justificado talvez pelo medo que o ser humano ainda tem dessa doença. Aliás, doença? Não seria apenas um fenômeno de proliferação anormal do próprio corpo? Nem mesmo isso parece bem claro. A complexidade envolvida vai muito além do físico e do genético, é vida. É como se para destruir o câncer nós precisássemos primeiro entender o que faz a vida, do que é feita. E isso, desculpem o pessimismo, mas, não creio ser possível. A saída então é direcionar os estudos científicos a fim de que um dia possamos comparar o câncer a doenças crônicas como o Diabetes e a Hipertensão, que podem ser controlados com fármacos e uma boa dose de boa vontade própria. O câncer, embora seja diferente do resto do corpo, é vivo, é vida, não precisa mais ser algo do diabo, nem sinônimo de morte.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Violência e adoecimento mental: o que tem a ver?

A violência sempre esteve presente na história da humanidade, não nos deixando esquecer-nos da nossa origem “animal e irracional”, e a doença mental sempre esteve  associada injustamente à práticas violentas. Talvez numa tentativa de se diferenciar dos demais, já que não agiam de fato da mesma forma, a sociedade ao longo dos anos tratou de encontrar inúmeras justificativas para os “desvios de personalidade”, dentre elas, o determinismo biológico, no qual eram presos na mesma sela e com igual culpa, presos e insanos.
 O uso de álcool e drogas está muito mais associado à violência do que a doença mental. Violência teve a sociedade durante todos os anos que antecederam a reforma psiquiátrica, pois prendeu os loucos nos hospícios, e era o pessoal de lá que amarrava, as vezes sedava, e feria sua integridade moral.
A violência exercida ou sofrida, por outro lado, pode sim desencadear um processo de adoecimento mental devido a práticas abusivas como: violência sexual, patrimonial, moral, psicológica ou sexual, acompanhada ou não de agressão física. As ações da saúde tem como finalidade a prevenção e intervenção curativa após os ocorridos, porém, a violência, mesmo associada ao adoecimento mental ou por causa dele, não representa um único foco para a saúde. Entende-se assim a importância entre as diversas áreas de intervenção do governo, tendo em vista a problemática observada e baseando-se na visão moderna de saúde como um conceito mais abrangente.
“Se for verdade que a violência hoje é algo normal, ou os loucos são de fato exceções, ou são melhores do que os demais nesse sentido.”

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Alcoolismo: um problema do presente e do futuro

Quão tentadora é essa prática! Sim, pois a época em que o considerado normal é consumir bebidas alcoólicas chegou. Nossa sociedade já aceita com naturalidade o consumo entre menores de idade, mesmo a margem da lei. A precariedade na educação brasileira no contexto geral, o despreparo das famílias para lidar com seus adolescentes (cedendo muitas vezes a argumentos superficiais do tipo: só você não me deixa ir, todo mundo vai), as influências do convívio em grupos, tendências modísticas, a permissividade com as propagandas por parte das autoridades e a apelação da mídia de forma geral, são alguns dos fatores que contribuem para a manutenção desse novo conceito jovem de interação social, que passa pelos porres e perigos a médio e longo prazo a que o álcool é capaz de nos expor.
O alcoolismo já seria um problema suficientemente grande se não fossem os agravantes do consumo no meio jovem. Eu explico: quando as bebidas são provadas de forma precoce, as chances de que esse adolescente se torne um alcoólatra no futuro se multiplicam, pois o organismo passa a se acostumar mais cedo com essa substância, aumentando as chances de que no futuro ela se torne indispensável para a manutenção do bem estar psicológico e físico dos adolescentes. Estes jovens geralmente desconhecem ou desconsideram essas explicações por terem um estilo de vida onde a prioridade é “o aqui e o agora”, típico da inexperiência. O álcool pode acarretar em danos cognitivos ao jovem, pois a precocidade do consumo lesiona conexões e neurônios cerebrais, e isso pode ocasionar em perda com níveis variáveis da capacidade de processamento cerebral, onde a memória prejudicada é algo observado. Esses neurônios perdidos infelizmente não se regenerarão, característica peculiar desse tipo de célula.
Coforme a frequência do consumo aumenta, o usuário poderá ser classificado como um bebedor de risco, porém, pergunte a uma dessas pessoas (ou se não a si próprio) como é a sua relação com o álcool e ela lhe responderá que só bebe socialmente. A não aceitação do vício é um comportamento bastante comum, já que alcoólatras são vistos como pessoas descontroladas psicologicamente. Bêbados de rua são tratados de forma desprezível ou ignorados, muitas vezes pelos também consumidores. A inicialização dessa prática, muitas vezes justificada pela necessidade de se “entrosar com a galera”, tem como extremo justamente o isolamento social. Outra saída encontrada para a não aceitação é a intelectualização, ex: bebi porque a minha mulher me deixou; bebi porque meu time perdeu; bebi porque meu time ganhou; ou mesmo motivos menos lógicos, mas aceitos, tipo, bebi porque é fim de semana. Esse último caso nos chama a atenção porque pode ser usado como determinante para o tipo de bebedor. O importante para ele é que o fato de estar bebendo seja devido a um motivo específico, assim ele se sentirá ainda no controle, e beber vai se tornando algo normal e até mesmo complementar.
É considerado bebedor social a pessoa que bebe apenas em oportunidades esporádicas, como em festas, confraternizações e etc. Porém, alerto que quem bebe nos fins de semana não é um bebedor social, pois o fim de semana não é uma ocasião especial, mas sim o final da semana, somente. Mas outros podem dizer que vão a festas todos os fins de semana e só por isso bebem em todos eles, porém, isso não anula o fato de que o uso frequente faz mal à saúde, apenas justifica o uso. Se você bebe apenas por que tem vontade e geralmete passa da conta, acenda o sinal de alerta, pois essa frequência do consumo só tende a aumentar. Outro aspecto para a auto-análise é a opinião dos que convivem com você, seja a família, os amigos de farra ou não. Preste atenção nas opiniões deles sobre você e considere a possibilidade deles não serem apenas chatos com inveja, mas sim, pessoas que lhe conhecem por muito tempo e se preocupam com você. Se beber faz bem a saúde?! Quem sabe. Mas certamente não é passando da dose que o Brasil vai melhorar a saúde e muito menos garantir o seu tão falado futuro promissor.


Beber moderadamente com certeza não é algo abominável, pelo contrário, faz até bem, mas divulgar isso é correr o risco das pessoas terem mais um motivo que justifique o consumo. Isso por que o Brasil não dispõe de uma política séria de combate ao alcoolismo, não impedindo se quer a venda para menores de idade, o básico. Assim, chegamos ao ponto onde nos questionarmos sobre como será o futuro do nosso país, já que dependeremos da força de trabalho da juventude atual. É isso, erramos no passado e agora vamos colher no futuro. Mas o bom é que ainda está em tempo de plantar, investindo um pouco mais na reabilitação e muito mais na prevenção de novos viciados. A solução inclui o investimento a longo prazo em educação de qualidade, fazendo o nosso país se tornar cada vez mais sóbrio, só assim os jovens passarão a ter, de forma progressiva, uma ampliação do conceito de diversão que vai muito além do que o álcool promete nos dar.
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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Doação de órgãos

Você já deve ter ouvido a frase “doe órgãos, doe vida”, que é na verdade um apelativo à consciência da população quanto a esse problema tão preocupante. O Brasil tem fama de ser um país caridoso, já que se pede tanto por aqui, seja na TV, rádio, nas ruas, ônibus ou mesmo no horário político. Porém, enquanto lembramos-nos de ajudar as pessoas dando a elas dinheiro, ignoramos pessoas ainda mais necessitadas que precisam e pedem apenas para viver. Deixar claro em vida que deseja ter órgãos seus doados nem sempre é o suficiente para que essa ação se concretize. Isso porque a família também precisa autorizar a retirada dos órgãos logo depois que a morte encefálica (quando o cérebro cessa suas atividades elétrica e química, ocorrendo morte cerebral) for diagnosticada. Muitas famílias, no entanto não autorizam a doação por conta da complexidade do momento, da dor que estão sentindo (muitas vezes se esquivando de qualquer possibilidade de diálogo), medo de que esses órgãos não tenham o destino prometido, não aceitação da separação entre corpo e alma, onde entram também fatores religiosos e culturais. Portanto a não doação de órgão é uma questão complexa e multifatorial, não necessariamente um ato de desamor.
A não compreensão do que seja realmente a morte encefálica está entre os principais, se não o principal obstáculo. As pessoas se recusam a admitir que seu parente morreu enquanto o coração ainda estiver batendo, quando na verdade este baterá apenas por mais algumas horas devido a sua não total dependência do cérebro para funcionar, o que possibilita apenas a manutenção de alguns órgãos por mais algum tempo, mas a vida já se foi. O coração possui células auto-rítmicas que iniciam um impulso nervoso pelo músculo cardíaco contraindo as células do miocárdio, isso quase sem nenhuma interferência do encefálica, que funciona apenas como um regulador da frequência e força de contração através da ação do nervo vago. Todos já devem ter ouvido falar de um caso de acidente automobilístico onde fatalmente o coração ficou fora do corpo e ainda assim batia. Agora já sabem por que isso acontece. Pois bem, se a mídia de forma geral destinasse um pouco do seu espaço, ainda que fosse o já concedido atualmente, para explicar melhor à população o que é a morte encefálica, menos gente morreria na fila de espera e não precisaríamos cogitar a possibilidade de doação de órgãos em casos onde não há morte cerebral, como no caso de pessoas em estado vegetativo.  Se isso acontecesse, abriríamos as portas para entrarmos numa nova realidade onde mais pessoas aceitariam doar não apenas por que já precisaram ou por que já viram o sofrimento e angústia de que espera, mas sim porque a benevolência humana prevalece e o próprio conceito do que é caridade foi ampliado.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Fimose

Essa é uma palavra que assusta milhões de homens mundo a fora. Trata-se de um prolongamento do prepúcio (a pelezinha que recobre o pênis) que não permite a completa exposição da glande, estrangulando-a e provocando desconforto, especialmente na hora do sexo, muitas vezes impossibilitado por essa anormalidade. Os problemas de fimose vão elém do desprazer sexual, atingindo a forma como o indivíduo interage socialmente, pois sabe-se que a completa auto-estima não depende só do sexo, mas passa por ele, e uma vida sexual atípica pode acarretar em danos psicológicos. A pessoa tende a ficar mais reservada e pode apresentar comportamento de esquiva de relacionamentos com medo que chegue a "hora H" e "ele" possa não corresponder. Mas calma que essa hitória tem final feliz. A fimose pode ser corrigida atravéz de um procedimento cirúrgico simples, basta procurar seu médico e contar tudo pra ele. Após o dignóstico feito ele vai lhe orientar sobre as etapas subsequentes. Crie coragem, pois o bem que essa pequena cirurgia faz a pessoa, você ainda não faz idéia do tamanho, mas vai fazer. Boa sorte!